NOTA DE ESCLARECIMENTO SOBRE MANIFESTAÇÃO DOS MORADORES DA RESEX VERDE PARA SEMPRE
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Na primeira etapa da
manifestação, as lideranças interromperam as atividades com acesso pelo Rio
Aquiqui. Ao final do dia 21 de novembro, com a presença do chefe da Resex, Sr.
Marcos Rocha, que declarou a empresa Isolux responsável pela obra, que não
constava na licença de Instalação (LI), o uso de entulho para aterrar estrada de acesso, bem como declarou
publicamente o embargo da obra no local e a limpeza imediato dos resíduos, o
protesto foi encerrado com o comprometimento da empresa em retirar, até o dia
24 de novembro, todo o material depositado.
Contudo, dois dias após o
protesto, a empresa retomou as abras sem realizar a limpeza do local com havia
prometido. Ao tomar conhecimentos, as comunidades realizaram novo protesto, nos
dias 12 a 14 de dezembro, garantindo a interrupção da abra no local.
Enquanto as lideranças realizavam
o protesto, um grupo de quatro liderança comunitária da RESX estavam reunidos
em Brasília com o ICMBio, Ministério de Minas e Energia, IBAMA e organização
não governamentais para discutir o problema e encontrar soluções dialogadas.
Além dos órgãos governamentais, também participou da reunião diretor da Isolux
– Rio de Janeiro, Sr. Ailton que durante sua fala afirmou que havia sido
queimado um trator da empresa na região do protesto dos ribeirinhos.
É verdade que um trator foi
queimado por fogo acidental numa área distante cerca de 20km do local onde
estava sendo realizado o protesto, mas sem qualquer interferência das
lideranças que lá estavam. Assim como, outra informação distorcida de que os
manifestantes haviam feito o vigia da obra como refém. Inclusive motivando o
deslocamento das polícias civil e militar para o local que nada constataram.
Portanto, “vândalos” – como se
referiu o presidente da Isolux durante a reunião em Brasília, não é quem luta
por direitos, mas quem invade desrespeitosamente uma terra habitada a mais de
um século – sem a educação de pedir licença aos verdadeiros donos, é quem julga
que a Reserva Verde para Sempre é depósito de lixo e que tudo pode fazer,
inclusive desrespeitar moradores e o próprio estado.
Ao contrário do que Isolux está
fazendo, as comunidades têm inteligência suficiente para agirem sem o uso da violência
ou atos de vandalismo, para se conquistar direitos assegurados não se faz
necessário o uso da violência. Principalmente por quem sabe usar a
inteligência.
Contudo, alertamos para a
necessidade de paralisação imediata de toda obra até que sejam corrigidas as
irregularidades já identificadas pelos órgãos ambientais e denunciadas pelas
comunidades e o governo apresentar concretamente as ações que viabilizem o
desenvolvimento econômico, social e cultural da população do interior da Verde
para Sempre.
O Comitê de Desenvolvimento
Sustentável de Porto de Moz está na luta com as comunidades incondicionalmente,
como se costuma dizer: “para o que der e vier”!
Agostinho Tenório
Coordenador do CDS